segunda-feira, 20 de junho de 2011

Comentáario A Ciidade e as Serras - ETAPA

A Cidade e as Serras (1901)
Eça de Queirós

Ultimo ramance de Eça de Queirós (1845-1900), A Cidade e as Serras foi publicado postumamente, em 1901. Nele se encontram as características definidores da terceira fase da obra do autor. Aqui, como em A Ilustre Casa de Ramires, nao encontramos mais a critica acida que marcou a obra de Eça; ao contrario, a atitude em relação à sociedade portuguesa passa a ser ora de benévola tolerancia, ora de verdadeiro entusiasmo. Essa se reconcilia com valores tradicionais daquela sociedade que tao impiedosamente retrata os grandes romances de sua fase propriamente realista (O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, Os Maias).
A Cidade e as Serras é uma história de Jacinto, um rico herdeiro de propriedades rurais na regiao serrana de Tormes, em Portugal. encantado com Paris, onde nasceu e mora, Jacinto é uma flor da civilização e do progresso: considerada barbara a vida longe das grandes cidades e é um entusiasta das novidades da técnica. Sua casa - um pacelete na regiao mais luxuosa de Paris - transborda de maquina e engenhocas de invenção recente, como geladeira, elevador, aquecedor de ambiente de água (as torneiras, para espanto de todos, fornece agua quente e fria), telefone, "conferençofone' (aparelho para ouvir as conferencias da universidade), teatrofone (aparelho para ouvir as peças que se representavam nos teatros), misturados de saladas, arrancador de cabos de morango etc., etc. Mas, no meio de tudo isso, com uma biblioteca imensa, um cozinheiro dos melhores, uma amante das mais belas e prestigiadas de Paris, Jacinto fica mais e mais desanimado, fraco, doentio, inapetente (nao tem desejo nenhum de comida), pessimista...
O amigo, Zé Fernandes (o narrador do romance) já tentara convence-lo a fazer uma viagem à suas terras de Tormes, mas é um acontecimento ligados aos túmulos do seu antepassado que que faz Jacinto decidir-se a ir à Portugal. La chegando, encontra-se com o campo, com a vida e as pessoas simples do lugar. Casa-se, tem filhos e nunca mais volta a Paris.
Apologia da vida do campo, A Cidade e as Serras, nao é dos grandes livros de Eça de Queirós, mas pe bastante divertido em sua primeira parte ( que ridiculariza os excessos da vida urbana) e, embora se torne um pouco tedioso na segunda metade, pode ser tomado como uma especie de manifesto ecológico algo ingênuo, mas afinado com preocupaçoes que estao hoje na ordem do dia.

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